Ataques
Porto Velho Enfrenta Onda de Violência com Incêndios a Ônibus
Uma guerra se formou entre o Comando Vermelho e a Polícia Militar nas últimas semanas. No domingo (12), o cabo da Polícia Militar, Fábio Martins, morreu com seis tiros na cabeça dentro do residencial Orgulho do Madeira, onde morava.
Porto Velho, capital de Rondônia, vive dias de tensão devido a uma série de ataques incendiários contra ônibus do transporte público. Os atos, atribuídos a uma facção criminosa, levaram à suspensão total do serviço de transporte coletivo na cidade, afetando cerca de 30 mil pessoas que dependem desse meio diariamente.
Na última segunda-feira (13), três ônibus foram incendiados em diferentes pontos da cidade, incluindo os municípios vizinhos de Candeias do Jamari e Itapuã do Oeste. As investigações preliminares apontam que os ataques foram uma retaliação à morte de um líder da facção, ocorrida no Residencial Orgulho do Madeira, após um confronto que resultou na execução de um policial militar.
Em áudios interceptados, membros da facção ameaçaram novos atentados, o que gerou grande insegurança entre trabalhadores e usuários do transporte público. Como medida preventiva, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Porto Velho (Sitetuperon) optou por recolher toda a frota ao pátio da empresa responsável. “Não podemos colocar motoristas e passageiros em risco. Já tivemos um motorista ferido em um desses ataques e precisamos agir antes que algo pior aconteça”, afirmou Sidnei Ramos, representante do sindicato.
Para enfrentar a crise, as forças de segurança intensificaram as ações. A Polícia Federal solicitou reforços para compor uma força-tarefa contra o crime organizado, enquanto a Polícia Rodoviária Federal e as polícias Militar e Civil trabalham de forma integrada. Além disso, o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, anunciou a criação de um comitê de gerenciamento de crise, reforçando que o município está em estado de alerta e mobilizado para conter os episódios de violência.
A suspensão do transporte público gerou transtornos para milhares de pessoas, que agora enfrentam dificuldades para se deslocar pela cidade. A população também vive sob a sensação de insegurança, enquanto as autoridades pedem a colaboração da sociedade com denúncias que possam ajudar a capturar os responsáveis pelos ataques.
Embora a situação atual seja grave, Porto Velho já registrou casos semelhantes no passado. Em 2019, três homens confessaram ter incendiado um ônibus na cidade, alegando estar a mando de uma facção criminosa. Os criminosos forçaram motorista, cobrador e passageiros a descerem do veículo antes de atearem fogo, deixando uma carta com ameaças.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai enviar a Rondônia um efetivo da Força Nacional. Os agentes da tropa federativa chegarão ao estado nos próximos dias, com a missão de auxiliar os órgãos de segurança pública estaduais a conter os ataques criminosos registrados nos últimos dias, na capital, Porto Velho, e em ao menos mais uma cidade, Mirante da Serra.
O emprego da Força Nacional por 90 dias foi autorizado pelo ministro Ricardo Lewandowski, a pedido do governo estadual. Os agentes atuarão nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e garantia da segurança das pessoas e patrimonial. Por motivos estratégicos, o ministério não divulga o número de agentes mobilizados.
Agora, a expectativa da população é que as medidas tomadas pelas autoridades sejam suficientes para restabelecer a segurança e o funcionamento do transporte coletivo, devolvendo a normalidade à rotina da capital rondoniense.