Ataques

Porto Velho Enfrenta Onda de Violência com Incêndios a Ônibus

Uma guerra se formou entre o Comando Vermelho e a Polícia Militar nas últimas semanas. No domingo (12), o cabo da Polícia Militar, Fábio Martins, morreu com seis tiros na cabeça dentro do residencial Orgulho do Madeira, onde morava.

Porto Velho Enfrenta Onda de Violência com Incêndios a Ônibus
Publicado em 15/01/2025 às 8:30

Porto Velho, capital de Rondônia, vive dias de tensão devido a uma série de ataques incendiários contra ônibus do transporte público. Os atos, atribuídos a uma facção criminosa, levaram à suspensão total do serviço de transporte coletivo na cidade, afetando cerca de 30 mil pessoas que dependem desse meio diariamente.

Na última segunda-feira (13), três ônibus foram incendiados em diferentes pontos da cidade, incluindo os municípios vizinhos de Candeias do Jamari e Itapuã do Oeste. As investigações preliminares apontam que os ataques foram uma retaliação à morte de um líder da facção, ocorrida no Residencial Orgulho do Madeira, após um confronto que resultou na execução de um policial militar.

Fábio Martins — Foto: Reprodução Polícia Militar

Em áudios interceptados, membros da facção ameaçaram novos atentados, o que gerou grande insegurança entre trabalhadores e usuários do transporte público. Como medida preventiva, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Porto Velho (Sitetuperon) optou por recolher toda a frota ao pátio da empresa responsável. “Não podemos colocar motoristas e passageiros em risco. Já tivemos um motorista ferido em um desses ataques e precisamos agir antes que algo pior aconteça”, afirmou Sidnei Ramos, representante do sindicato.

Para enfrentar a crise, as forças de segurança intensificaram as ações. A Polícia Federal solicitou reforços para compor uma força-tarefa contra o crime organizado, enquanto a Polícia Rodoviária Federal e as polícias Militar e Civil trabalham de forma integrada. Além disso, o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, anunciou a criação de um comitê de gerenciamento de crise, reforçando que o município está em estado de alerta e mobilizado para conter os episódios de violência.

A suspensão do transporte público gerou transtornos para milhares de pessoas, que agora enfrentam dificuldades para se deslocar pela cidade. A população também vive sob a sensação de insegurança, enquanto as autoridades pedem a colaboração da sociedade com denúncias que possam ajudar a capturar os responsáveis pelos ataques.

Embora a situação atual seja grave, Porto Velho já registrou casos semelhantes no passado. Em 2019, três homens confessaram ter incendiado um ônibus na cidade, alegando estar a mando de uma facção criminosa. Os criminosos forçaram motorista, cobrador e passageiros a descerem do veículo antes de atearem fogo, deixando uma carta com ameaças.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai enviar a Rondônia um efetivo da Força Nacional. Os agentes da tropa federativa chegarão ao estado nos próximos dias, com a missão de auxiliar os órgãos de segurança pública estaduais a conter os ataques criminosos registrados nos últimos dias, na capital, Porto Velho, e em ao menos mais uma cidade, Mirante da Serra.

O emprego da Força Nacional por 90 dias foi autorizado pelo ministro Ricardo Lewandowski, a pedido do governo estadual. Os agentes atuarão nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e garantia da segurança das pessoas e patrimonial. Por motivos estratégicos, o ministério não divulga o número de agentes mobilizados.

Agora, a expectativa da população é que as medidas tomadas pelas autoridades sejam suficientes para restabelecer a segurança e o funcionamento do transporte coletivo, devolvendo a normalidade à rotina da capital rondoniense.