O Judiciário Mais Caro do Mundo: Arbitragem do STF, Silêncio da OAB e Pressões por Impeachment de Alexandre de Moraes
O Brasil lidera o ranking mundial de despesas com o sistema judiciário, com gastos que representam 1,6% do PIB nacional. Para efeito de comparação, países desenvolvidos como a Alemanha e os Estados Unidos destinam apenas 0,32% e 0,14% do PIB, respectivamente, ao Judiciário. Já na América Latina, a Argentina investe cerca de 0,13% e o México, 0,21%. Esse contraste evidencia o peso desproporcional do Judiciário brasileiro em relação à economia nacional.
Grande parte desse montante é destinada a salários e benefícios de magistrados e servidores, enquanto a sociedade enfrenta um sistema frequentemente criticado por sua lentidão, ineficiência e falta de acessibilidade.
Além dos custos elevados, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido alvo de críticas por decisões consideradas arbitrárias. Um exemplo recente é a ordem de prisão do ex-deputado federal Daniel Silveira, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Silveira foi preso novamente sob a acusação de violar as condições de sua liberdade condicional, após buscar atendimento médico durante o período de recolhimento noturno. A defesa alega que ele sofreu uma crise renal e necessitou de atendimento emergencial, justificando sua saída no horário restrito.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por sua vez, tem enfrentado críticas pela ausência de um posicionamento firme diante de ações do STF que impactam direitos fundamentais e as prerrogativas da advocacia. Embora tenha se manifestado pontualmente, a OAB é vista por muitos como omissa em momentos cruciais, especialmente diante de decisões polêmicas como o Inquérito das Fake News e outras medidas que restringem liberdades individuais.
Nesse contexto, crescem as pressões políticas e sociais pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Parlamentares e movimentos civis o acusam de extrapolar suas competências e adotar medidas autoritárias que ameaçam a liberdade de expressão e outros direitos fundamentais. Recentemente, um pedido formal de impeachment foi protocolado no Senado, citando uma série de ações controversas, incluindo o bloqueio de plataformas de mídia social e decisões que concentrariam poder excessivo no STF.
Diante desse cenário, torna-se urgente um debate sobre os limites do sistema judiciário brasileiro e a necessidade de uma reforma que torne o Judiciário mais eficiente, acessível e alinhado aos princípios democráticos. A sociedade brasileira exige maior equilíbrio institucional e transparência para restabelecer a confiança nas instituições e proteger a democracia.