Pediu penico
Governo recua e anuncia revogação do monitoramento de transações via Pix
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que ato polêmico será revogado
Após intensa repercussão negativa, o governo federal anunciou a revogação da medida que autorizava o monitoramento de transações realizadas pelo Pix, ferramenta amplamente utilizada pelos brasileiros. A decisão de retroceder veio em resposta às críticas de setores econômicos, políticos e da sociedade civil, que interpretaram a norma como uma invasão à privacidade financeira dos cidadãos.
A portaria da Receita Federal, publicada recentemente, previa o compartilhamento de dados de transações de usuários com valores superiores a R$ 5 mil (para pessoas físicas) e R$ 15 mil (para empresas) realizadas via Pix, cartão e depósitos. Apesar de o governo ter argumentado que a medida visava combater crimes como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, muitos apontaram riscos de abuso de autoridade, insegurança jurídica e excessiva vigilância estatal sobre os contribuintes.
O tema rapidamente se tornou pauta de discussão em redes sociais, com especialistas e representantes da sociedade cobrando mais clareza sobre os limites do uso de dados financeiros. Segundo críticos, a portaria poderia ser vista como um mecanismo de controle que, ao invés de atingir grandes infratores, penalizaria cidadãos comuns.
Em coletiva de imprensa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a portaria será revogada e destacou que o governo buscará novas formas de combater irregularidades financeiras sem comprometer a privacidade dos usuários do sistema bancário. “Nossa intenção nunca foi invadir a vida financeira das pessoas, mas vamos repensar a estratégia para garantir transparência e confiança da população”, afirmou Haddad.
A decisão de revogação reflete um recuo político estratégico diante da pressão pública e de opositores, que usaram o episódio para criticar a gestão econômica do governo Lula. O caso também reacendeu debates sobre o equilíbrio entre medidas de fiscalização e o respeito aos direitos dos cidadãos.
Com a revogação da medida, o governo sinaliza estar atento às demandas populares, mas o episódio serve de alerta para que normas futuras sejam amplamente discutidas e comunicadas antes de sua implementação.